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Glauco

Autocaricatura de Glauco

Geraldão

Capa da Revista Geraldão Nº 01

Real

Charge politica de Glauco: para desvendar quem é o verdadeiro pai do Plano Real

3amigos

Los Três Amigos: com a participação de Adão

Resenha por: Carlos Elias
18/12/2024

O Picasso do cartunismo brasileiro

Politica, drogas, sexo, neuroses e Rock ‘N Roll (não necessariamente nesta mesma ordem).

 

No dia 12 de março de 2010, assistindo o jornal, eu recebi uma noticia muito chocante: o cartunista Glauco e seu filho Raoni haviam sido assassinados. Para mim foi como se uma pessoa muito próxima houvesse falecido. Cresci lendo a “santíssima trindade do cartunismo brasileiro” (Angeli, Glauco e Laerte) e de certa forma, como fã me sentia muito próximo do cartunista.

 

Com seu traço rápido, extremamente caligráfico, uma influencia do colega cartunista Henfil, um humor debochado e despudorado, Glauco se destacava por levar o humor até os limites do impublicável. Geraldão o seu personagem mais conhecido por exemplo, andava geralmente nu, ou com as calcas caindo, uma permanente ereção, com seringas de drogas diversas espetadas pelo corpo, sempre com um copo na mão e um cigarro na boca. Sexo era quase  sempre o mote principal para as tirinhas de Glauco, mas também, havia espaço para a politica, musica e muitas neuroses.

 

Quando Glauco foi trabalhar no Jornal “A Folha de São Paulo”, a convite de Angeli, que conheceu o seu trabalho no Salão Internacional de Humor de Piracicaba de 1977, ele terminou convivendo com grandes nomes do cartuxíssimo daquela época. Laerte, Spacca, Adão, dentre tantos outros, mas foi com Angeli e Laerte que Glauco criou um vinculo de amizade e parceria de trabalho, criando assim, o que se costuma chamar de “A Santíssima Trindade” do cartunismo brasileiro.

 

Durante o final da década de 80 e começo dos anos 90, a editora Circo pulicou a revista “Geraldão”.  Glauco já era colaborador na revista “Chiclete com Banana” do amigo Angeli, mas foi com sua própria revista que ele pôde explorar a fundo, os seus personagens. O Casal Neuras, cujo nome dispensa apresentações, Dona Marta, uma senhora de meia idade com seios avantajados e um desejo sexual semelhante, Doy Jorge, a personificação de todo ídolo do Rock drogado, Zé do Apocalipse, um profeta de profecias furadas, ou mal interpretadas.

 

Durante esse período Glauco também colaborou com a revista “Los Três Amigos”, em parceria com Angeli e Laerte, com histórias desenhadas a 6 mãos, como já foi citado em artigos anteriores. Porém, há uma curiosidade a respeito da participação de Glauco nesse trabalho: ele sempre faltava às reuniões para a produção das histórias, e os outros desenhistas terminavam tendo que fazer a parte dele. E foi dessa forma que Laerte e Angeli convidaram o também cartunista Adão Iturrusgarai para compor o grupo dos “Los Três Amigos,” substituindo o personagem e o amigo Glauco. Claro que isso causou ciúmes e Glauco terminou honrando seus compromissos com a revista e desta forma, assim como “Os Três Mosqueteiros,” Los Três Amigos passaram a ser quatro.

 

No inicio dos anos 2000, com a produção de revistas nacionais diminuindo bastante, a maioria dos cartunistas migraram para os sites da internet e os portais de jornalismo. Com Glauco não foi diferente, seus trabalhos ainda podem ser encontrados em alguns desses sites, bem como em republicações de sua obra, lançadas em especiais e encadernados.

 

Sem duvida, Glauco, Laerte e Angeli são partes fundamentais da cultura e porque não, da politica do Brasil. Infelizmente o Glauco não está mais entre nós, mas tenho certeza de onde quer que esteja, o seu humor e sua sagacidade nos influenciam e nos animam.   

 

Referencias:

 

Malditos Cartunistas, a Série - Episódio 08 - Glauco, o pai do Geraldão: https://www.youtube.com/watch?v=9r8ANq5mgko

 

O Picasso do cartum – Ocupação Glauco (2016):

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/midias/24564?p=30

 

Glauco Villas Boas:

 https://pt.wikipedia.org/wiki/Glauco_Villas_Boas

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