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Resenha por: Rafael de Azevedo                                                                       03/01/2021

O Eternauta

Editora Martins Fontes - 360 páginas

Roteiro de Héctor Oesterheld e Desenhos de Francisco Solano López

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Porque O Eternauta é um dos maiores clássicos do mundo dos quadrinhos?

 

Sinopse: Todo o mundo sabe que em Buenos Aires quase nunca neva, e que, quando isso ocorre, é porque algo anormal pode estar acontecendo, até mesmo uma catástrofe. Mas essa catástrofe poderia chegar ao ponto de anunciar uma praga mundial? Uma tragédia cuja causa evidente se desconhece? Um evento que mudará o destino da humanidade? E, pior de tudo, um horror sem um rosto definido contra o qual se deve lutar?

 

A criação da história, feita pelo argentino Oesterheld, é marcada por muita parceria com seu desenhista Francisco Solano López. Os dois constroem uma história que encontra paralelos em literatura e na realidade.

 

Criado em 1957 e finalizado em 1959, não há comparativos em questão de roteiro e história em outras partes do mundo na mesma época. Desenhado originalmente para jornal argentino, a edição da Martins Fontes te afunda no contexto da época com um prefácio belíssimo de Paulo Ramos (autor do livro Bienvenidos - um passeio pelas histórias em quadrinhos argentinas - editora Zarabatana) em uma HQ em formato horizontal e desenhos em preto e brancos que criam muita tensão e mistério quando envolve o escuro nas páginas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando pegar essa edição e ler, se surgir um pensamento "já vi isso antes em filme e quadrinhos", acredite, O Eternauta é de 1957, e foi provavelmente ele que influenciou as mídias nas futuras décadas à frente.

 

Um roteiro grandioso, que começa com uma simples partida de um jogo na casa de amigos e avança para uma neve mortal, uma invasão, a luta organizada e resistência feita pelos humanos encontra paralelos com as mudanças políticas e sociais que ocorreram na Argentina (país de origem da história) nas décadas 50, 60 e 70. 

 

Oesterheld foi um mestre das histórias que precisa ser mais lido e mais estudado, principalmente pelo seu impacto até na política - um Quadrinista que foi perseguido, sequestrado, torturado e morto pela ditadura argentina. 

 

Na década seguinte, o mesmo autor revisita a história com seu outro parceiro Alberto Breccia em "O Eternauta 1969" publicado pela Comix Zone e, por fim, reinventa a história com Francisco Solano Lopez em "O Eternauta II" publicado pela Martins Fontes.

 

O Eternauta merece sua leitura. Ainda bem qua vai ter série da Netflix. Vamos esperar uma popularização da história e dos autores.

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